segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Para refletir sobre moda e Contemporaneidade...

Concordo com Lipovetsky quando ele afirma que durante toda a década de 50, 60 e 70 a sociedade estava mais centrado no presente e, ouso complementar, que não só no presente, mas no “eu”. Desenvolveu-se uma necessidade de liberdade, de se fazer importante perante a sociedade, de afirmar que poderia, e deveria, compor um cenário mundial diferente através da exposição de seus pensamentos e ideais.

Jovens saiam ás ruas lutando por seus direitos de expressão diante da desenfreada opressão da economia e do consumismo que se desenvolvia cada dia mais. O mais concreto exemplo dessa necessidade de liberdade ferrenhamente defendida pelos mais idealistas das décadas anteriores, se resume muito bem nos grandes movimentos de contracultura: hippies e punks. Aqueles, de forma mais pacifica, mas não menos chocante para a sociedade em que se encontravam do que estes.

E foi justamente por todas essas pessoas, altruístas e corajosas, que hoje temos essa enorme liberdade para expressarmos nossas opiniões e pensamentos. E, principalmente, temos a liberdade de nos expormos à sociedade da forma que realmente somos sem a necessidade de mudarmos para agradar outrem. Podemos hoje falar o que queremos, criticar o governo, nos vestir da forma que mais nos agrada, estabelecer relacionamentos antes vistos de forma mais preconceituosa.

Não afirmo que hoje não exista mais nenhum tipo de preconceito, mas acredito que a sociedade caminhou para uma existência muito mais libertária se compararmos ao tempo em que nossos pais ou avós viveram. Há claro, ainda muitas concepções arcaicas sobre uma superioridade inexistente de uma cor sob outra, de uma sociedade sob outra, mas felizmente muitas delas já podem ser consideras crimes e, quando não, a própria sociedade acaba reprimindo.

O que mais questionar acerca dessa “plena liberdade” em que se a sociedade se encontra é: o que nós jovens fazemos agora? Lutamos por alguma coisa? Temos realmente um ideal pleno de vida? Participamos ativamente da sociedade? Chegamos a um ponto em que temos tanta liberdade que não sabemos mais o que fazer com ela. Ou será que não temos mais o que fazer com ela?

Tudo está ao alcance das mãos, em apenas um clique podemos desvendar mundos completamente novos. Conhecer novos amigos, estabelecer relacionamentos, adquirir novos conhecimentos ou até mesmo usar esse novo e rico meio de comunicação para fins ilícitos.

Um mundo recheado de modernidade e com uma enorme diversidade de informações bate a nossa porta diariamente e cabe a nós decidirmos o que fazer com ele! Não devemos nos acomodar e simplesmente esperarmos as coisas acontecerem. Não devemos ter medo da liberdade!

Somos senhores de nossa própria existência, em um mundo ainda cheio de riscos e incerteza. Não podemos, como escreveu Raul Seixas, “ficar com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar.”, pois nossa aventura está apenas começando!

Laís Helena.
^^ )

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